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O acolhimento familiar na família alargada, ou kinship care, é um tipo de acolhimento familiar, ou foster care, e distingue-se deste pelo facto de um ou mais acolhedores terem laços de parentesco com a criança acolhida, nomeadamente serem avós, tios ou irmãos.
Em Portugal, esta medida pode ser acompanhada de apoio de natureza psicopedagógica e social e, quando necessário, ajuda económica. No entanto, não são proporcionados a estas famílias os apoios económicos e sociais, nem a mesma formação e acompanhamento, que se encontra previsto de modo uniforme para todas as famílias de acolhimento. A confiança a pessoa idónea traduz-se, por sua vez, na colocação da criança ou jovem sob a guarda de uma pessoa que, não pertencendo à sua família, com eles tenha estabelecido relação de afetividade recíproca, ficando a atribuição de apoios de natureza psicopedagógica, sociais e económicos, dependentes de uma avaliação individual de cada caso.
Portugal tem uma das mais altas taxas de colocação de crianças em acolhimento residencial no contexto europeu e no âmbito dos países de modelo ocidental pós-industrializado. Os últimos dados disponíveis revelam uma colocação de crianças em acolhimento familiar de cerca de 3%, percentagem que é comparativamente menor relativamente à realidade de outros países por não incluir as crianças colocadas junto de outros familiares. Estima-se que o acolhimento de crianças em famílias, com ou sem laços de parentesco com a criança acolhida, alcançará em Portugal, se somarmos o kinship care ao foster care, uma taxa que se situará entre os 20% a 30%, e que é essencial determinar com exatidão.
Esta investigação tem como objetivo geral caraterizar e analisar as situações de acolhimento de crianças na família alargada e de confiança a pessoa idónea, em Portugal, sob a perspetiva das instituições de enquadramento, dos acolhedores, dos pais e das próprias crianças. Procurar-se-á refletir sobre as vantagens e desvantagens desta medida, e os resultados que produz, de modo a identificar mudanças que permitam aperfeiçoar a implementação deste tipo de resposta social, que possam desencadear resultados adequados ao bem-estar da criança e à manutenção dos laços familiares.
A pesquisa adota uma abordagem quantitativa e qualitativa, tanto no desenho dos questionários, com predominância quantitativa, como no desenho dos guiões das entrevistas, essencialmente qualitativas.
Ref ª inED/2019/8