Sobre
Em 1982, escassos oito anos após a revolução do 25 de Abril, a Fundação Calouste Gulbenkian organizava a exposição “Os Anos 40 na Arte Portuguesa”, sustentada em dois pressupostos: o de que “as gerações não se improvisam e de algum modo devem-se umas às outras” e a noção da “dificuldade que o português sente em se conhecer culturalmente numa continuidade experimentada e si por entendida” (Azevedo, 1982: 9).
Ora, este é igualmente o objetivo do projeto “Geografia cultural do século XX português”: o de aduzir um possível programa de leitura da cultura portuguesa do século XX.
Assim, parte-se de uma perspetiva histórica e crítica, enquadrando política e socialmente os diferentes períodos, pois para se entender esta visão transversal das mudanças de um século em Portugal há que contextualizar o interno e o externo; depois, procurar-se-á apresentar possíveis linhas de interpretação deste grande período, partindo de análises setoriais da criação artística e cultural, nos campos das artes plásticas, da literatura, da música, do bailado, do teatro e do cinema, da educação, da fotografia e do desporto.